Enviado por o Mestre (sim, eu mesmo)!
Acho que podemos dividir os jogadores de D&D em dois grandes grupos: os que otimizam seus personagens a todo custo, buscando combos absurdos e invencíveis... e aqueles que odeiam essas pessoas.
Em 2006, eu vários amigos de escola nos juntamos para jogar um "campeonato de D&D". Esse evento era uma arena de combate em que os personagens se enfrentavam um contra um. É claro que, nesse cenário, qualquer um que fosse expert em otimização seria o campeão incontestável. E assim, conheçam Maximus, o Guerreiro.
Maximus era um monstro. Completamente talhado para ser uma máquina de combate invencível e coberto de itens mágicos escolhidos especialmente pra destruir cada um de nós, não demorou muito para ele se tornar o favorito das multidões (dentro do jogo) e completamente odiado pela mesa. Maximus humilhou um Mago no seu primeiro combate, refletindo magias contra seu conjurador; no segundo round, decapitou um Ladino na terceira rodada de combate. Ele era invencível.
Eu, por outro lado, fiz o melhor que pude com meu Druida Meio-Elfo. Quase levei a pior contra um Ranger na minha primeira luta, e alguns críticos necessários me garantiram uma vitória suada contra um outro Ladino na segunda. O problema foi no terceiro round, quando eu deveria enfrentar o temido Maximus.
Mesmo os oponentes que tinham perdido pra mim torciam contra Maximus, mas de nada adiantou. Meu javali de estimação virou churrasco nas primeiras rodadas, me deixando irado, mas um único round de confronto corpo-a-corpo foi o suficiente para apontar a iminente derrota. Lutando contra o desânimo da mesa, eu tive uma única ideia interessante...
Conversando em particular com o Mestre, bolei a minha estratégia maluca. Ele arregalou os olhos, me perguntando se eu entendia as consequências do ato, e quando confirmei, ele sorriu malignamente.
O que Maximus viu foi meu Druida brilhando momentaneamente e desaparecendo de sua frente. Sorrindo, ele se gabou de seus talentos de combater às cegas (foi assim que ele lidara com o Ladino invisível anteriormente), e tentou atacar o Druida; o Mestre pediu a ele um teste de Sabedoria, e ele aparentemente falhou, pois sua espada larga atravessou o ar sem encostar em nada..
Era meu turno novamente, e eu, em alto e bom som, anunciei que assumiria a forma de um hipopótamo. O Guerreiro começou a sorrir; sabendo que teria um alvo bem grande para fatiar, mas o sorriso morreu quando o Mestre pediu a ele um teste de Reflexos. Com um mísero 3, o narrador anuncia que tudo que ele vê é uma explosão de luz vermelha antes de cair morto no chão.
Eu explico: invés de me tornar invisível, eu tinha me transformado numa diminuta pulga e pulado dentro do ouvido do Guerreiro (que falhara no teste de Sabedoria para me perceber). Entrando fundo no canal auditivo, quando me transformei num grande paquiderme, a expansão corporal explodira a cabeça dele de dentro pra fora, matando-o instantaneamente. É claro que isso me afetara também, quebrando cada ossinho do meu corpo e me matando ao mesmo tempo. Mas, para a mesa, eu fui o verdadeiro vencedor daquele combate!