domingo, 30 de outubro de 2016

Capítulo 15 - O Morro dos Vaga-Lumes

   A lua ia alta no céu, iluminando o gramado do quintal onde, horas atrás, pisara a criatura divina chamada Skarri. Após uma emocionante demonstração de devoção dos dois anões, a equipe (com a exceção de Aleena, que não descera de seus aposentos) continuou a comemoração, dessa vez mais calmos, mas mais satisfeitos que nunca. Sven e Thudar se recolheram cedo para seus quartos no subsolo, enquanto Darsh ficara um pouco mais, entretido na conversa, mas acabou se retirando também. Sobraram, sentados no chão da varanda, Tom e Drake, confabulando amigavelmente. O frio do inverno formava nuvens de névoa na frente de suas bocas, mas a bebida consumida (e uma pesada capa de pele para Tom) espantava o gelo.

www.flickr.com


    Drake sorveu um longo gole do stout escuro que Thudar cedera para a comemoração, limpou a boca e falou, como se para si mesmo:
   - Uma deusa, hem? Bem aqui, nesse gramado. Quem diria.
   Tom deu uma risadinha.
   - Que foi, Drake? Nunca o tomei por um daqueles que duvidam da existência dos deuses. Sua falta de fé foi abalada?

   Drake soltou um muxoxo. - Nunca duvidei da existência de deuses. É bem difícil não acreditar quando você vê um anão bêbado gritar o nome de Moradin e fazer com que uma muralha de pedras vire areia na sua frente. Não sou idiota. - um intervalo silencioso se deu antes que ele falasse novamente - Mas achei que se preocupar com os deuses fosse uma idiotice.
   - Como assim?
   - Ora, eles não parecem se importar muito, não é mesmo? Quando eu era novo, fui criado na fé dos deuses. Orava para Farlanghn para que meu pai voltasse a salvo de suas viagens. Pedia a Kord que deixasse meu braço forte quando treinava em armas. Orava a Pelor por invernos curtos e agradáveis... e pra quê? Minha família foi massacrada. Tudo que eu amava foi tirado de mim. Eu não sou nenhum cordeirinho inocente, mas, porra, eu tinha só dez anos na época. E isso foi só o começo. Desde então, eu nunca me importei com que os clérigos falam. Afinal, os deuses não parecem se importar comigo.
    Tom observou o rapaz em silêncio. Drake não era o tipo que fazia confissões como aquelas, mas toda a cerveja parecia ter aberto a boca do rapaz. Depois de mais um silêncio reflexivo, Tom disse:
   - Acho que você pode estar enganado.
   Drake se virou, irritado.
   - Ah, é? Como? Vai dizer agora que tudo isso é um tipo de "plano divino superior"? Que as mortes dos meus pais foram apenas um teste pra mim?
   - Calma, rapaz. Não é isso que eu estou falando. Veja bem... em Hauteie, onde eu aprendi os ensinamentos dos xamãs, me disseram que os deuses são nada menos que espíritos. Muito poderosos, sim, e além da nossa capacidade de influenciar, mas, espíritos. E, como os espíritos, os deuses podem ser bons ou maus. Se seu caminho foi tão difícil de trilhar, isso pode significar que você está sendo acompanhado por algum deus não muito gentil... e, nesse caso, se afastar dos deuses que podem te ajudar é a pior coisa que você pode fazer. Não acha?
   Drake encarou o velho xamã por um longo período de tempo. Por fim, balançou a cabeça e disse, no seu habitual tom jocoso:
   - Você parece um deles. Os malditos clérigos - levantou-se, limpando a poeira das calças - Boa noite, xamã.
   Tom ergueu o caneco de cerveja em brinde, e deixou que o jovem ladino se afastasse. Antes que um minuto inteiro se passasse, no entanto, uma voz suave anunciou, da escuridão:
   - Isso foi muito sábio de sua parte, mestre xamã.
    Tom se virou e viu que Zhu Sie se encontrava a alguns passos dele, em pé na varanda. Seu longo robe ornamentado cobria seu corpo até os pés, mas ela não vestia a usual máscara; o rosto nu revelava as feias queimaduras que deformavam suas feições.
   - Perdoe-me por bisbilhotar nas conversas de vocês - disse a senhora, em seu sotaque carregado, se aproximando calmamente. Os seus passos eram camuflados pelas pantufas de pano.
   - Não precisa se desculpar, senhora. Esta é a sua casa, afinal.
   - Hmmm. Ainda assim, em minha terra, é considerado de maior deselegância ouvir conversas alheias sem antes pedir licença. - a senhora deixou o olhar se perder no céu invernal, e depois voltou-se a Tom novamente - Em minha terra nós também temos muito respeito por aqueles com o seu título. "Xamãs", até o nome é parecido. Nós os chamamos de Sha Mane no Leste.
   - Não é de se espantar, senhora - disse Tom, levantando-se e postando-se ao lado da anfitriã - O primeiro de minha ordem era Oriental. Wu Zhai, os registros o chamam. Quando os druidas de Hauteie o conheceram, mostraram desprezo por ele, mas isso durou só até compreenderem seus poderes e suas ideias. Wu Zhai conversava com os seres da natureza como nem mesmo os druidas conseguiam. Embora, até hoje, muitos deles dizem que nós devíamos nos preocupar menos com os habitantes da natureza e mais com a natureza em si.
   - Eu nunca fui a esse "Hauteie" que você diz. Mas já conheci esses... como se diz? Druidos. Sempre achei estranho como seu ofício é tão similar como o dos Sha Mane e, ainda assim, tão diferente.
   - Hauteie é um nome antigo para o que muitos Ocidentais chamam de Floresta Alta, ou ainda de Floresta do Poente. É a maior e mais antiga do continente, exceto talvez o Reino dos Elfos (embora elas, um dia, já foram uma única floresta, o Mar Verdejante); e fica tão a Oeste quanto possível. Nós, os Xamãs, somos uma das três ordens dos Guardiões de Hauteie. Os druidas cuidam da floresta e desvendam seus segredos, servindo ao grande Obad Hai. Os patrulheiros fazem vigília na floresta e nas terras circundantes, e algumas vezes caçam e matam criaturas que ameaçam as cidades vizinhas. Nós, xamãs, costumamos viajar o mundo depois de nossa ordenação, pois nossos talentos, de acordo com a filosofia de Wu Zhai, devem ser usados para preservar o equilíbrio entre as raças terrenas e os espíritos por todo o mundo, e não apenas nas florestas.
   - E por isso os druidos e patrulheiros não tem afeto por vocês?
   - Os patrulheiros não se importam muito. Eles são bem práticos, via de regra. Os druidas... bom, nem todos são ruins, mas muitos deles não aceitariam nossa presença em Hauteie se não fosse parte do antigo Pacto que Wu Zhai fez com o Círculo dos Druidas séculos atrás.
   - Eu entendo. - disse Zhu Sie, pensativa - Diga-me, mestre xamã, se eu lhe dissesse que tenho conhecimento de um problema... espiritual... você estaria disposto a me ajudar?
   - Minha cara senhora! Mas é claro! Para ser sincero, estou um tanto incomodado com ficar tanto tempo nessa cidade. Onde os homens prosperam muito, infelizmente, os espíritos costumam se ausentar. Esse silêncio espiritual faz com que eu me sinta surdo.
   - Ótimo. Partiremos então pela manhã, ao raiar do dia. Aleena irá conosco.
   Tom, não querendo se intrometer no treinamento da espadachim, perguntou:
   - E que tipo de problema seria esse?
   - Você verá em pessoa. "O falcão que voa sempre a Oeste jamais vê o sol raiar".
   E, deixando um Tom confuso sozinho na varanda, Zhu Sie entrou nas sombras da casa.

Fonte: Imgrum

   Tom acordou uma hora antes que o Sol raiasse. Suspirou, espreguiçando-se na cama, e tratou de juntar seus equipamentos de viagem, fazendo o mínimo de barulho possível para não acordar Oc e Darsh. Saiu do quarto momentos depois, com a mochila pendurada a tiracolo e carregando sua bela lança élfica como se fosse uma bengala, e desceu as escadas que levavam à cozinha no primeiro andar.
     Brasas brilhavam timidamente no fogão de pedra, e o cheiro sutil de chá fervendo invadiu as narinas de Tom. Sentadas à mesa, Zhu Sie e Aleena, mestra e discípula, comiam porções de pão e queijo duro sem trocar palavras uma com a outra. Quando Tom se aproximou da mesa, vestido para viagem, Aleena lhe lançou um olhar irritado por de cima de suas olheiras escuras.
   - Por que está vestido assim?
   Antes que Tom pudesse abrir a boca, Zhu Sie respondeu à aluna:
   - Mestre Tom vai nos acompanhar hoje, a meu pedido.
   - Por quê?!
   - Isso - disse a velha, calmamente - é entre mim e ele.
   Tom pigarreou, sem graça.
   - Não se preocupe, minha cara Aleena. Não pretendo atrapalhar em seu treinamento de qualquer forma. Eu...
   Tom calou-se ao ver o olhar carregado de veneno que Aleena lançava. Suspirando, apoiou a lança em uma cadeira desocupada e sentou-se, beliscando o desjejum sem muito apetite. Um silêncio desconfortável desceu sobre o trio por longos minutos, até que Zhu Sie se levantou e anunciou que chegara a hora de partirem.
   A cidade, recoberta por uma camada de névoa baixa, era toda em tons de cinza, branco e marrom. O Sol se erguia timidamente com raios pálidos enquanto o trio passava pelo Distrito da Prata, evitando a camada de neve suja e compactada que recobria o meio das ruas e oferecia um risco real de cair dolorosamente no chão calçado. Tom e Aleena nunca tinham visto o mercado tão vazio: apenas peixeiros e padeiros circulavam, montando suas barraquinhas e carregando carrinhos-de-mão recheados de mercadoria, supervisionados por sonolentos guardas da cidade no final de seus turnos de vigília. Tom achou um jovem aprendiz de padeiro e deu a ele um par de moedas de prata para que ele entregasse um bilhete rabiscado em carvão nas mãos de Boobeedabeetz; apesar de aquele ser seu dia de folga, Tom não sabia quantos dias eles se ausentariam da cidade, e pedia desculpas de antemão ao patrão.
   O Sol já brilhava quando chegaram ao Portão da Prata, uma gigantesca estrutura de ferro e madeira que se encarrapitava 10 metros acima da ponte levadiça que saía da cidade por cima do Rio da Prata. A paisagem lá fora era desconhecida aos dois companheiros, que tinham chegado à cidade por mar, e por um momento eles esqueceram o sono e o frio para apreciar o quadro.
   A estrada seguia ao lado do amplo rio pontilhado por barcos fluviais em trânsito. A cada dezena de metros, tavernas, hospedarias e estábulos decoravam os lados da estrada, relativamente cheios; Zhu Sie explicara que o Outono era o último momento do ano em que o comércio florescia antes que os mercadores voltassem para casa no Inverno. Campos de cevada e trigo da cor do ouro escurecido se estendiam por vários quilômetros a Sul, e as casas de madeira e palha dos fazendeiros eram pontos solitários no meio das plantações; aqui e ali, palacetes murados apareciam, fazendas de mercadores ricos e nobres menores submetidos ao Duque Daven. Ao longe, na linha do horizonte, colinas gramadas e matas secas eram o limite  entre terra e céu.
   A estrada era um aclive suave, mas que a longo prazo cobrou seu preço no fôlego de Tom. Andaram ao longo do rio pela manhã toda, e algumas horas após o meio-dia chegaram a um povoado na beira do rio onde os mercadores trocavam de cavalos. Zhu Sie pagou por uma refeição modesta numa taverninha escura, carne defumada e broa de trigo regada a goles de cerveja dourada. Não havendo motivo para se demorar, encheram os cantis no poço local e resumiram a viagem, dessa vez afastando-se do rio em uma estrada que seguia para leste entre duas grandes plantações.
   A partir daí, a viagem se tornou um tanto mais sombria. A estrada era pouco mais que uma trilha de gado, com grama brotando aqui e ali e pedras e raízes fazendo-os tropeçarem constantemente. Os campos eram cada vez mais recortados por áreas sem cultivo onde cresciam árvores retorcidas e escuras, já despidas de suas folhas pelo Outono. Em algum lugar, um riacho descia veloz a inclinação da estrada, mas a grama alta impedia a sua visualização. Olhando à frente, Tom e Aleena viam, já próximo, um grupo de colinas rochosas parcialmente recobertas por uma mata outonal. O tempo também parecia piorar a cada passo dado, com nuvens pesadas encobrindo o céu e um vento agourento soprando forte, e rapidamente a tarde já estava escura como noite cerrada, forçando o trio a acender uma lanterna coberta trazida por Zhu Sie.
   Circundaram duas colinas lentamente, uma vez que a grama seca ali crescia na altura de suas cinturas. Por mais de uma vez tiveram que parar e esperar enquanto a velha senhora tinha um vigoroso acesso de tosse. Por fim, pararam em frente a um riacho que cortava o vale; a luz da lanterna reluzia na água, que corria rápido. Um som alto, vindo de algum lugar lá em cima, evidenciava a presença de uma cachoeira.
   - Agora subimos - anunciou Zhu Sie. Tom e Aleena se entreolharam, preocupados com a jornada perigosa no escuro, mas não discutiram.
   Apesar de alta, a trilha não era íngreme. Subiam a colina na maior parte do tempo espiralando o monte; em alguns pontos, degraus toscos de pedra tinham sido cortados no chão para ajudar a subida. Após menos do que uma hora de caminhada, já estavam acima de todas as elevações da área; campos negros se espalhavam a Norte, até um ponto onde luzes brilhavam contra o horizonte, marcando as muralhas de Morhstarr.
   Tom ofegava com a subida. Estava com fome, cansado e com as pernas ardendo terrivelmente, e achava que os joelhos iam ceder a qualquer momento; além disso, um zumbido estranho ecoava em sua cabeça, fazendo uma pressão incômoda contra seus olhos dentro de seu crânio. A única razão para ele não ter reclamado era o fato de que Zhu Sie, pelo menos uma década mais velha que ele, estar caminhando à frente do trio com uma lanterna numa mão e sua confiável bengala na outra, sem mostrar qualquer sinal de exaustão; Tom não queria se humilhar ao ser o primeiro a pedir para pararem. Por fim, quando ele achou que ia simplesmente cair de cansaço, atingiram um patamar plano e rochoso na encosta; dali, seguindo a liderança da velha, entraram numa abertura entre duas elevações, no meio da colina.
   O som de água caindo era muito alto ali. O vale escuro era ladeado por paredões de granito recobertos por árvores altas em seus topos. O trio desceu uma trilha, e Tom respirava o ar frio e úmido em grandes arfadas para restaurar seu fôlego. Por fim, Zhu Sie parou, pois eles tinham chegado ao que parecia ser seu destino.
   Uma cascata cristalina despencava de um paredão de pedra, caindo em queda livre por quase trinta metros. No chão, um lago agitado se espalhava na rocha, emarginado por grandes pinheiros e ciprestes densos. Um cheiro agradável de grama úmida se espalhava no ar.
   Zhu Sie, sem falar nada, colocou sua carga no chão. Aleena a imitou, mas antes que Tom tirasse a mochila dos ombros a senhora o parou com um gesto.
   - Você não, Mestre Sha Mane. Sua jornada não acaba aqui. Você deve continuar até o topo deste morro, seguindo por aquela trilha - disse, apontando com a bengala para um caminho escavado na pedra próximo da queda d'água.
   Tom suspirou, desanimado - E o que eu devo fazer lá em cima?
   - Quando chegar lá, tudo ficará claro. Este lugar é chamado pelos camponeses de Morro dos Vagalumes. Eu o descobri há quinze anos, quando me mudei pras cercanias de Morhstarr, e venho aqui meditar sempre que tenho uma folga. Você não vê a... peculiaridade deste ambiente, Mestre Sha Mane?
   Tom encarou a máscara branca da senhora por um tempo, e depois entendeu o que ela estava falando. Agora que o cansaço físico passava, o zumbido e a pressão em sua cabeça faziam mais sentido. Concentrando-se, fechou os olhos e deixou seus sentidos expandirem-se, e uma onda de calor invadiu seu corpo. Vibrações espirituais corriam por todos os lados, nas pedras, na água, nas árvores. Aquele lugar estava vivo e vibrante, e os espíritos viviam em abundância ali. Inconscientemente um sorriso cobriu seu rosto. Sentia falta daquilo... e, no entanto, seu sorriso desapareceu quando uma sensação diferente tomou conta de si. Tinha algo estranho acontecendo ali. Era como se um instrumento dissonante tocasse em meio uma melodia, notas estranhas soando em meio àquela música espiritual. Algo estava fora de lugar....
   Tom abriu os olhos e encarou a senhora de volta enquanto Aleena esperava, impaciente, de braços cruzados.
   - Vejo o que diz, Senhora. Este é um lugar único. E algo está errado. Coloco me a seu serviço para resolver o que quer que esteja causando isso...
   - Então apresse-se, e vá ao topo da colina. O tempo é precioso.
   - Irei, então. Boa noite, e boa sorte a vocês - disse, curvando-se levemente para a Zhu Sie e Aleena.
   Passou perto da cachoeira, molhando-se na nuvem úmida causada pelos respingos. A trilha era perigosa ali, recoberta de limo e íngreme, mas ele murmurou um feitiço que iluminou a lâmina de sua lança com um brilho sobrenatural e subiu, determinado. Em um momento terrível, sua bota derrapou sobre uma pedra lisa como o sabão e ele deixou sua preciosa arma cair metros abaixo, e por pouco não quebrou o pescoço. "Espíritos negros", praguejou. Ele não se dava bem com escaladas.
   Por fim, venceu os últimos metros da subida terrível. Chegou ao topo da colina, uma alameda estreita ladeada por ciprestes densos. Andou lentamente, sentindo a vibração espiritual se tornar cada vez mais forte, até chegar num ponto em que se tornava quase audível. De repente, ao ver o céu, parou de andar.
   Um rasgo se abrira no cobertor negro de nuvens, deixando que uma lua cheia prateada brilhasse sobre a colina. Os raios davam ao local um aspecto sobrenatural. Tom apreciou a paisagem, suspirando. Ele não sentia tanta energia assim desde que deixara Hauteie, trinta e um anos atrás.
   Inesperadamente, uma luz se acendeu a alguns metros dele, no meio da folhagem. O xamã agarrou o cabo da lança com força e tocou seu amuleto. Outra luz brilhou, mais próximo, à sua direita. Tom viro-se, tentando não ficar em desvantagem, mas a todo momento luzes piscavam e brilhavam entre as árvores, até que ele estivesse totalmente cercado. Com um sussurro mental, ele apagou a própria luz da lança para poder enxergar melhor, e foi aí que viu.
   Como uma gigantesca nuvem de vaga-lumes, ao seu redor, centenas de fadas flutuavam no ar, encarando-o.

Nenhum comentário:

Postar um comentário