domingo, 30 de outubro de 2016

Capítulo 15 - O Morro dos Vaga-Lumes

   A lua ia alta no céu, iluminando o gramado do quintal onde, horas atrás, pisara a criatura divina chamada Skarri. Após uma emocionante demonstração de devoção dos dois anões, a equipe (com a exceção de Aleena, que não descera de seus aposentos) continuou a comemoração, dessa vez mais calmos, mas mais satisfeitos que nunca. Sven e Thudar se recolheram cedo para seus quartos no subsolo, enquanto Darsh ficara um pouco mais, entretido na conversa, mas acabou se retirando também. Sobraram, sentados no chão da varanda, Tom e Drake, confabulando amigavelmente. O frio do inverno formava nuvens de névoa na frente de suas bocas, mas a bebida consumida (e uma pesada capa de pele para Tom) espantava o gelo.

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    Drake sorveu um longo gole do stout escuro que Thudar cedera para a comemoração, limpou a boca e falou, como se para si mesmo:
   - Uma deusa, hem? Bem aqui, nesse gramado. Quem diria.
   Tom deu uma risadinha.
   - Que foi, Drake? Nunca o tomei por um daqueles que duvidam da existência dos deuses. Sua falta de fé foi abalada?

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Histórias de Outros Mundos 4: Ao Pé da Letra

Enviado por Mark em 17/10/2016

   Muita gente aprende a jogar D&D ainda jovem, e isso sempre rende histórias hilárias. No nosso caso, o maior problema foi um mestre que interpretava tudo literalmente.
   No meu primeiro combate da vida, eu enfrentava um orc com meu Mago de nível 1. Por sorte, ele estava a 30 metros de distância, me dando vantagem para matá-lo com magia antes que ele enfiasse o machado duplo no meu... bom, não vou me ater aos detalhes.
   Olhando minha lista de magias, decidi que ia usar "Mísseis Mágicos" (minha experiência anterior com o D20 tinha me deixado meio desanimado, então escolhi uma magia que nunca erra). Pra quem não sabe, é uma magia que dá singelos 1d4+1 de dano na forma de um pequeno dardo de energia prateada.
   O Mestre (também narrando sua primeira aventura) mandou que eu rolasse o dano. Rolei um 4, somando o bônus da magia, dei 5 de dano, que era o máximo possível. Pra minha sorte, era o suficiente para matar o orc de primeira. Mas a cereja no bolo foi a descrição do ataque...
   Empolgado, o mestre anunciou que um pequeno míssil em miniatura feito de luz surgiu na minha mão e disparou na direção do orc (soltando fumaça e tudo). Quando ele atingiu o orc na barriga, o mini-nuke explodiu à lá Power Rangers, lançando o orc 12 metros pra trás (com só 5 de dano!). Os outros jogadores contestaram o mestre, mas ele disse "O nome da magia é Mísseis Mágicos!".
   Aquela campanha não foi além do nível 3, mas sem dúvida eu, o Mago Nuclear, fui o jogador mais forte, explodindo monstros quase a bel prazer o tempo todo com uma simples magia de nível 1.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Recomendações do Mestre: Kubo e as Cordas Mágicas

Saudações, aventureiros!

   Muito embora este não seja um blog sobre cinema, depois de assistir esse filme fantástico - Kubo e as Cordas Mágicas, de Travis Knight (Kubo and the Two Strings, 2016) - eu me senti na obrigação de escrever pelo menos uma notinha aqui pro blog (sem spoilers!)



   Kubo é um filme de animação infanto-juvenil feito em stop motion pelo estúdio Laika (Coraline, ParaNorman). Ele se vale da temática oriental pra contar um drama/aventura sobre Kubo, um jovem rapaz com poderes mágicos especiais que precisa reunir artefatos lendários para derrotar um grande mal. Parece clichè, não? Mas podem ficar tranquilos: a execução e o desenvolvimento do filme são extremamente bem-feitos, e a trama, ainda que simples, não deixa nada a desejar.
   Com personagens únicos e diálogos nada vazios, Kubo cativa o telespectador. A trilha sonora distinta é um personagem dentro da trama, o que dá um toque especial para a obra. Por fim, para quem se interessa por efeitos visuais, saber que o filme foi feito com animatrônicos e stop motion é um prazer à parte, graças ao carinho e detalhismo do Laika.


   Mas por que falar disso aqui? Bom, qualquer amante de RPG ganha - e MUITO - indo assistir a esse filme. Além de termos elementos que remetem ao fantástico complemento Aventuras Orientais de D&D 3.0, a própria estrutura do filme lembra  uma aventura clássica de D&D; temos lutas bem executadas, masmorras com armadilhas, um bardo com poderes mágicos, monstros bizarros e vilões usando feitiçarias. Se você é um fã de animação ou de RPG, Kubo e as Cordas Mágicas vale cada centavo do ingresso. Corra para os cinemas antes que saia de cartaz!

O Mestre

sábado, 22 de outubro de 2016

Histórias de Outros Mundos 3: O Bardo Pistoleiro Parte em Busca da Redenção de Seus Pecados

Enviado por Ary Barros em 15/10/2016
 
Jogamos em uma mesa que combina medieval e fictício em um mundo onde os humanos são invasores vindos de outro planeta, mas tiveram problemas que acabaram fazendo-os perder parte de seu controle sobre a tecnologia.
    Certa vez acabamos nos comprometendo de eliminar lobisomens que atacavam a parte baixa da cidade; investigação vai investigação vem voltamos para a base de nossa guilda  e começamos a discutir as informações recolhidas. Eis que ouvimos um barulho no teto de nossa casa; o grupo se divide nos que vão para o segundo andar e os que vão pra fora observar. Os de fora confirmam a posição do lobisomem e os do segundo andar puxam as vigas, derrubando-o para dentro da casa (Bárbaros). Não tínhamos armas de prata, mas eu com uma pistola laser e o clérigo conseguimos derruba-la com os disparos e magias, graças dos bárbaros manterem a criatura parada agarrando-a (e chegando até a quebrar um braço dela).
   Batalha vencida, o lobisomem se revela uma elfa. Me aproximo com a pistola e pergunto quem ela era;  dando uma de lado como uma esnobe para evitar a pergunta, disparo contra seu braço quebrado (a fratura estava no ombro), que é então arrancado do corpo pelo raio, e eu fico meio no "Eita porra!".
   No meio tempo, o resto dos jogadores sobem para onde estamos e então um elfo NPC fala "O que vocês fizeram com ela, ela é a princesa elfa da cidade!". Eu entro no modo "Fuck this shit, I'm out!", e nunca mais o bardo da pistola laser foi visto. Dizem que ele partiu numa busca de redenção por arrancar o braço de uma bela elfa.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Histórias de Outros Mundos 2: Saber Ouvir

Enviado por Dsea em 19/09/2016

   Após o lançamento do Livro do Jogador 2 para a Quarta Edição de D&D, decidimos finalmente desapegar um pouco da 3.5 e montamos uma mesa para experimentar a nova versão. Nossa equipe era composta por um Halfling Ladino, uma Tiefling Maga, um Anão Senhor da Guerra, um Humano Ranger e um Anão Druida (jogado por mim).
   Nossa companhia era um tanto quanto grande e, devido a backgrounds dramáticos e a um começo conturbado, os ânimos ficavam constantemente alterados. Uma tensão especial ocorria entre meu Druida e o Senhor da Guerra (inspirado em Thorin Escudo-de-Carvalho); ele não admitia a presença de um anão imundo que falava na língua dos elfos, enquanto meu Druida... bom, como a maioria dos personagens, ele era um porta-voz do caos e não levava desaforo pra casa.
   Enquanto explorávamos as ruínas subterrâneas de uma fortaleza de Draconatos, nos envolvemos num combate contra uma turba de Kobolds e seus Besouros-de-Fogo de estimação, o cenário sendo uma longa escadaria espiral. Devido a uma série de azar nos dados, estávamos sendo massacrados por inimigos não muito desafiadores. Foi então que o Senhor-da-Guerra, fiel à sua interpretação, decidiu atuar como o comandante que deveria ser e gritou para meu Druida: "Derrube-os lá pra baixo!".
   O Mestre deu um sorriso maligno e solicitou que eu fizesse um teste de Percepção para ver se meu Druida conseguira ouvi-lo no meio do caos da batalha. Arremesse o dado e... 1. Falha crítica.
   O Mestre anunciou que, em meio à confusão e influenciado pela rivalidade entre os dois Anões, o Druida tinha entendido que o Senhor da Guerra caçoava dele, mandando ele se jogar das escadas por ser inútil no combate. Meu Druida, claro, ficou irado e avançou contra o comandante, tentando matá-lo... mas acabou, ironicamente, caindo no espaço vazio entre os degraus e perdeu a consciência, vários andares abaixo.
   Depois desse completo desastre, o grupo aprendeu duas lições: a primeira era manter os dois anões separados, e a segunda era levar muito a sério quando nossas mães dizem que termos que aprender a ouvir.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Mais desculpas!

Olá aventureiros, tudo bem?
 
   Sim, esse é mais um post de desculpas com vocês, justificando a ausência de posts nessa segunda e as prováveis ausências futuras nesse mês. Com a sombra do fim de ano sobre nós, as obrigações no Plano Material ficam mais urgentes e o tempo para escrever se torna cada vez mais escasso, infelizmente.


   Outubro é um mês-chave para mim no trabalho, então muito provavelmente não serão postados textos das Crônicas, Personagens em Perspectiva e outros extras até, pelo menos, o dia 27/10/2016. No entanto, respirem tranquilos ao saber que as Histórias de Outros Mundos continuarão a serem postadas semanalmente - aliás, por que não contribuir com a sua própria história? Envie seu conto para nosso e-mail cia.inconsequente@gmail.com e veja suas experiências compartilhadas aqui no blog.
   Agradeço a sua paciência e em Novembro retornamos com a nossa programação normal.

O Mestre